A primeira ida para o infantário

Gerir a mudança

A primeira ida para o infantário é sempre uma situação difícil, para o bebé e para os próprios pais. O bebé estava habituado ao aconchego da família, ao seu próprio espaço, e, subitamente, tudo muda. Por isso, é conveniente não cortar com estes hábitos de modo repentino, e tentar, dentro da disponibilidade dos pais e dos seus familiares, idas ao infantário de forma gradual. Por exemplo, na primeira semana, ir apenas durante o período da manhã; na segunda, ficar no infantário durante a hora do almoço; na terceira semana, o bebé já poderá ficar até mais tarde.

É normal que, durante estas semanas, o bebé fique mais agitado, acorde mais vezes durante a noite, podendo inclusive perder um pouco do apetite. Esta reação ao novo ambiente difere consoante a idade da criança, pelo que é expectável que crianças mais velhas, que entrem no infantário apenas aos dois ou três anos de idade, reajam de forma diferente. Poderão ocorrer sintomas de regressão, como urinar na cama e usar de novo a chupeta, ou uma maior irritabilidade, especialmente se a experiência tiver sido hostil nos primeiros dias, nomeadamente se tiver havido alguma repreensão pela educadora por uma atitude menos correta.

É de notar também que, quando os pais deixam os filhos no infantário, estes podem reagir de forma diferente, sendo que alguns choram compulsivamente, deixando os pais tristes e preocupados durante o resto do dia. É importante tranquilizar os pais, dado que esta reação apenas reflete o sentimento de medo da separação. Após este momento dramático, geralmente quando reconhecem os amiguinhos da sala, tudo volta ao normal e passam grande parte do dia na brincadeira.

Prevenir Infeções

Ter um bebé ou criança no infantário implica que o número de infeções víricas – designadamente as respiratórias, gastrointestinais, varicela, entre outras – seja preponderante no primeiro ano de vida passado naquele espaço físico. Nada melhor do que serem vacinadas, para prevenir a maioria das infeções.

No período crítico das infeções víricas, como a bronquiolite pelo vírus sincicial respiratório, os bebés, que são os mais afetados, devem, se possível, ficar em casa. Caso sejam infetados, devem permanecer no domicílio durante uma semana a 15 dias, para recuperarem da infeção e reabilitarem a imunidade.

É natural que estas situações preocupem os pais, mas trata-se de uma fase temporária. Em caso de necessidade, devem procurar o pediatra, que os irá aconselhar de acordo com a situação do bebé ou da criança em particular.

Artigo pelo Prof. Jorge Sales Marques – Diretor clínico e coordenador de pediatria no Hospital CUF Trindade